Mulheres no Paquistão |
No Paquistão, um caso recente de condenação por blasfêmia tem gerado grande repercussão e preocupação entre defensores dos direitos humanos. Shagufta Kiran, uma mulher cristã de 40 anos, foi sentenciada à morte após ser acusada de compartilhar uma mensagem considerada ofensiva ao Islã através do WhatsApp.
Contexto e Acusações
Shagufta foi presa em julho de 2021 pela Agência Federal de Investigação (FIA) em Islamabad. A acusação baseia-se no compartilhamento de um texto que supostamente insultava o profeta Maomé. Embora a defesa tenha argumentado que Shagufta apenas encaminhou a mensagem sem ler seu conteúdo, o tribunal especial de Islamabad, aplicando a Lei da Prevenção de Crimes Eletrônicos (PECA), considerou-a culpada de acordo com o artigo 295-C do Código Penal paquistanês.
Julgamento e Sentença
O julgamento, que durou cerca de três anos, culminou na condenação de Shagufta à pena de morte e uma multa de 300.000 rúpias (aproximadamente mil dólares). A advogada de defesa, Rana Abdul Hameed, anunciou que recorrerá da decisão ao Tribunal Superior de Islamabad, destacando que a verdadeira autora da mensagem ainda está foragida.
Repercussão e Direitos Humanos
O caso de Shagufta Kiran destaca a vulnerabilidade das minorias religiosas no Paquistão, onde as leis de blasfêmia são frequentemente criticadas por serem usadas de forma discriminatória. Organizações de direitos humanos têm alertado sobre o uso dessas leis para perseguir minorias religiosas e silenciar dissidentes.
A condenação de Shagufta Kiran é um lembrete sombrio dos desafios enfrentados por cristãos e outras minorias religiosas no Paquistão. A comunidade internacional continua a observar de perto o desenrolar deste caso, esperando que a justiça prevaleça, que os direitos humanos sejam respeitados.